Vargens: a urbanização de uma região rural.

Em plena cidade, um lugar de aconchego, verde, cheiro de mato e terra. Estamos falando de Vargem Grande, Vargem Pequena e  parte de Recreio. 

Mas o cenário está mudando com o boom imobiliário que se intensificou a partir de 2009, com o Projeto de Estruturação urbana, que permitiu a ocupação da região.

Estuda-se impactos climáticos e de ocupação urbana nestes bairros e as diversas  situações de vulnerabilidade e risco da região, como vegetação, volume de chuvas, temperatura, umidade, identidade visual, sonora e olfativa da região e consequências do boom imobiliário. As mudanças acontecem rápida e irreversivelmente. 

 Ao estabelecer o gabarito máximo de cada um dos 11 setores em que a região foi dividida, variando entre dois e 18 andares, o projeto instituiu o mecanismo da outorga onerosa: com o pagamento de uma contrapartida à prefeitura, o construtor tem a opção de erguer prédios com mais pavimentos. No setor A, entre a Avenida das Américas e o Canal do Cortado, por exemplo, o gabarito de três andares se transforma em seis com o pagamento da taxa.
 A perspectiva é assustadora: Vargens e arredores podem receber mais de um milhão de pessoas. Em 2010, de acordo com o Censo, viviam 43.259 pessoas no Camorim, em Vargem Grande e Vargem Pequena. Na Barra, que tem só uma pequena parte no PEU, a população era de 135.924 moradores.
Saneamento e transportes precisam ser implementados e não complementados, como tem acontecido. As consequências desse crescimento mal organizado são preocupantes.
O que se espera, no entanto, é que as mudanças não descaracterizem a paisagem sonora, visual e olfativa da região e que as Vargens continuem com seu clima rural e o glamour interiorano.


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